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Justiça! – Caso Ouro Preto

Alívio para Camila Dolabella Silveira, Cassiano Inácio Garcia, Edson Poloni Lobo Aguiar e Maicon Fernandes Lopes. Os quatro foram absolvidos ontem da acusação de homicídio triplamente qualificado de Aline Silveira Soares, encontrada morta em uma igreja de Ouro Preto, na região Central do Estado, no ano de 2001. Desolação para a família da vítima, que dificilmente verá o crime solucionado, já que o Ministério Público optou por considerar o caso como encerrado. Contado como se tivesse ocorrido por influência do jogo Role Playing Game (RPG), o assassinato da estudante, que na época tinha 18 anos, deve ficar na história com um eterno ponto de interrogação.

As últimas dezesseis horas de debate entre acusação e defesa dos réus, com direito a réplica e tréplica, foram imprescindíveis para a decisão do conselho de sentença. Os três advogados dos acusados evidenciaram a falta de provas que vinculassem seus clientes ao assassinato. Até a promotora criminal Luíza Helena Fonseca admitiu em plenário haver falha na investigação do crime.

Em um dos momentos de destaque dos trabalhos desse fim de semana, que exemplifica problemas na apuração, ela mostrou uma blusa da vítima que estava suja de sêmen e sangue. Esses vestígios poderiam levar ao suspeito, mas não foram coletados em tempo hábil. Três anos depois do crime, a promotora encontrou a veste guardada em um saco. “Tenho a mais absoluta certeza que essas falhas foram preponderantes para a sentença. Tentar recuperar provas depois de muito tempo é difícil. Os autos tem que ser feitos na época certa, as provas também”, afirmou.

Os sete jurados que compunham o conselho de sentença deliberaram pela inocência em pouco mais de uma hora. Quando o resultado estava para ser anunciado, o salão do Tribunal do Júri ficou aberto para os familiares e a imprensa. Às 5h15, a juíza Lúcia Albuquerque Silva pediu que todos ficassem de pé para a leitura da decisão. Depois de declarada a absolvição, os quatro considerados suspeitos rezaram um Pai Nosso e uma Ave Maria acompanhados dos parentes.
A mãe da vítima, Maria José Silveira Soares, se resignou diante do resultado. Ela não pretende recorrer da decisão e nem continuar as buscas pelo culpado do crime. “Pedi muito a Deus que me desse serenidade para aceitar o que viesse. Estou cansada, exaurida mesmo. Não vou continuar as buscas pelo assassino”, afirmou.

A promotora Luíza Helena também ressaltou que considera o caso encerrado. “A decisão dos jurados é soberana e não pretendo recorrer da decisão. Também não devo pedir a abertura de novo inquérito por não haver um fato novo. Pelo menos por enquanto, o caso está encerrado”, admitiu a promotora Luíza Helena.

Apesar de reconhecer alguns problemas para sustentar sua tese, a promotora afirmou que não havia pensado em pedir absolvição dos suspeitos. “Também não tinha elementos para isso. Sei que era difícil para o Ministério Público, mas não pensei em contrariar todo um trabalho. Respeito a decisão do júri.”

Tese. O Ministério Público defendia a tese de que Aline Silveira Soares havia sido morta em um ritual de magia negra, influenciado pelo RPG. O corpo desnudo da vítima estava no cemitério da Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, em posição de crucificação. A forma como ela havia sido deixada no local levantou a hipótese de práticas satânicas. Porém, a acusação não explicou a dinâmica do crime nem quem teria desferido as 17 facadas contra a estudante. Apesar de fazer associação com o RPG, devido aos materiais recolhidos na república Sonata, onde os três rapazes moravam, a promotoria não confirmou que os quatro suspeitos e a vítima teriam jogado durante os dias em que Aline esteve em Ouro Preto.

Justiça!

Advogados de defesa creditam vitória à Justiça e aos jurados

Após a vitória, o discurso da defesa era o mesmo. Os três advogados salientaram a imparcialidade com que os sete homens escolhidos para compor o conselho de sentença avaliaram o processo. “Essa é uma vitória da Justiça e dos jurados. Diante de uma acusação incompleta, que não indicava quem era o autor e o coautor do crime, a consequência lógica era a absolvição”, avaliou Luiz Carlos Bento, defensor de Maicon Fernandes Lopes.

Os votos dos jurados que levaram ao resultado de ontem não foram revelados. Porém, Francisco Rogério del Corsi, advogado de Camila Silveira, deixou a entender que houve unanimidade pela absolvição.

“Conversei depois da leitura da sentença com vários jurados. Eles disseram ter vindo ao fórum de Ouro Preto para condenar. Havia uma opinião formada pela imprensa, mas eles viram que não tinha nada contra os meninos. Conseguimos reverter e mostrar a verdade”, avaliou Guilherme Marinho, advogado de Edson Poloni e Cassiano Inácio. (FP)

Fonte: O TEMPO , por Flaviane Paixão.


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6 comentários em “Justiça! – Caso Ouro Preto

  1. Para vc ver o que é a idiotice humana, os órgãos públicos- Polícia e MP- perderam tempo com uma tese absurda, que só interessava a imprensa sensacionalista, esquecendo que deveriam se comprometer com a Verdade.

  2. Concordo contigo, Daniel.

    Apesar de ser considerada uma vitória, isso resultou em uma tremenda perda de tempo e mais um caso de assassinato no Brasil sem solução.

    Abrçs e Bons Jogos.

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